Deputado Iran Barbosa destaca realização da II Semana Municipal do Hip Hop e do Reggae

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Parlamentar petista parabenizou a Fancaju e enfatizou a importância do hip hop como movimento

O deputado estadual Iran Barbosa, do PT, destacou, na tribuna da Assembleia Legislativa do Estado, nesta terça-feira, dia 6, a realização da II Semana Municipal do Hip Hop e do Reggae que aconteceu de 29 de julho a 3 de agosto, na capital sergipana, com uma extensa programação dedicada a esses dois segmentos musicais e artísticos já bastante enraizados entre os brasileiros. O evento foi uma realização da Fundação Cultural Cidade de Aracaju (Funcaju) em parceria com a Nação Hip Hop Brasil.

Iran lembrou que Aracaju é considerada a “Capital do Hip Hop” por todos os fãs dessa arte. O título foi recebido porque a capital de Sergipe foi a primeira no Brasil a sancionar uma lei que cria uma semana dedicada a esse segmento artístico.

“Mesmo não sendo a única cidade que promova a realização de festivais e eventos que visam à promoção da cultura do hip hop, há que se destacar a nossa Capital como a que primeiro aprovou uma lei municipal voltada para fomentar ações de valorização dessa expressão cultural e artística da juventude mais pobre das nossas periferias. Ficam aqui as minhas felicitações à Funcaju por fazer valer essa lei”, destacou.

O petista fez questão de historiar a origem do movimento, lembrando que o hip hop não é nativo, já que nasceu entre a juventude do Bronx, bairro negro e pobre de Nova York, nos Estados Unidos, como uma alternativa de enfrentamento aos problemas de pobreza e violência cotidianas, canalizando a rebeldia juvenil, pela falta de oportunidades e pelo conservadorismo e preconceito da sociedade estadunidense, para uma arte de rua muito expressiva, envolvendo música, dança e grafitagem com estilos peculiares.

“Expressões essas que, somadas ao reconhecimento de personalidades de destaque mundial que traziam identidade ao movimento, acabaram canalizadas, ocupando o espaço da rebeldia violenta das ruas para uma rebeldia artística”, disse, apontando que, no Brasil, o movimento desembarca na década de 80 e ganha força nas décadas seguintes, sobretudo com as crises econômicas que se sucederam nessa época e que afetaram, especialmente, os segmentos mais pobres e periféricos da população.

“O hip hop é, sobretudo, a manifestação popular, artística e cultural de parcelas da população excluídas da nossa sociedade e que precisam, sim, da intervenção do poder público para poderem garantir a promoção da sua expressão cultural. Por que se aceita, com naturalidade, que o poder público promova tantas outras atividades culturais consideradas ‘de elite’, mas vemos reações contrárias e de ódio quando é para financiar, promover ou patrocinar atividades culturais como a do hip hop? Isso é puro preconceito, muito em função da falta de informação e de conhecimento”, enfatizou o parlamentar.

Movimento de resistência

Iran Barbosa desafiou aqueles que acham que o hip hop não seja um movimento cultural importante a se aprofundarem mais sobre ele. Na sua visão, as características que consolidaram o movimento mundialmente, de resistência e luta contra a opressão em todas as suas formas, dizem muito do que ele representa para as massas que a cultuam em qualquer lugar do mundo.

“Hip hop é cultura, é resistência. Basta dialogar com lideranças do movimento para perceber que eles procuram aprofundar o conhecimento sobre a história da humanidade e se identificar com as lideranças que resistiram à opressão e organizaram movimentos de resistência, sobretudo entre as populações mais pobres e oprimidas, em especial, as negras. Muitas vezes, as manifestações de ódio contra essa arte popular expressa exatamente a contrariedade de ver aqueles que são das periferias se organizando, resistindo e criando alternativas”, externou.

“Quero aqui repudiar esses discursos de ódio e de preconceito, assim como quero parabenizar a resistência de jovens sergipanos, brasileiros e do mundo que, a despeito de todo tipo de discriminação, continuam apostando na arte e na cultura como instrumentos de resistência à opressão, ao conservadorismo e à exclusão social. No que depender do mandato que eu represento e pela crença que tenho na importância da cultura popular, alternativa e juvenil, e na importância de estimular o protagonismo das expressões artísticas desses setores, estarei sempre exaltando e ajudando esses segmentos”, afirmou Iran Barbosa, que apresentou, na ALESE, votos de Congratulações à Funcaju pela realização da II Semana Municipal do Hip Hop e do Reggae.