Por Valesca Montalvão
Na manhã desta quinta-feira, 21, o deputado estadual Iran Barbosa (PT) manifestou a sua contrariedade em relação ao ‘monólogo’ imposto aos parlamentares após a apresentação do governador do Estado sobre os dados financeiros, na Assembleia Legislativa, na última quarta-feira, 20.
Para Iran, o fato foi lamentável, confrontando a característica democrática de espaço de debates no Poder Legislativo.
“Os deputados abriram mão do Grande Expediente com a perspectiva de dialogar com o governador, que, inclusive, foi bem recebido por todos, e acabamos vivenciando um monólogo”, afirmou Iran, lembrando que o espaço foi uma solicitação feita pelo próprio governador, ainda no dia da posse, em 1º de fevereiro.
“Esse debate tinha que ter acontecido. O parlamento é a Casa em que ecoam as vozes dos sergipanos, logo não pode prescindir da oportunidade do diálogo, sobretudo quando o direito da fala é negado àqueles que foram eleitos para tal finalidade”, acrescentou.
O deputado Iran anunciou que irá fazer, posteriormente, uma análise do que foi apresentado. No entanto, de forma breve, já alerta que os dados apresentados carecem do contraditório.
“Não é correto querer colocar a previdência dos servidores públicos na mira da responsabilidade do déficit do Estado”, disse Iran, pontuando que o início da exposição foi vinculando a crise fiscal à previdência.
Segundo o petista, outro ponto é a contradição do governador, que assinou a Carta dos Governadores do Nordeste, colocando-se contra à desvinculação de recursos, ao passo que afirma que a segunda causa para a crise fiscal é, justamente, a vinculação desses recursos.
“A vinculação é uma conquista para os direitos sociais do povo brasileiro e não é correto dizer que essa seja a segunda causa para a crise que enfrenta o Estado, até porque os recursos vinculados são utilizados para a execução de políticas de Educação e da Saúde”, enfatizou Iran Barbosa.
Foto: Jadilson Simões