Tendência ‘Militância Socialista’ do PT é lançada em Sergipe

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Sede do PT, em Aracaju, recebeu vários militantes e simpatizantes da legenda no lançamento da MS

Sergipe tem um novo agrupamento político ligado ao Partido dos Trabalhadores. Na noite de quarta-feira (24), na sede do partido, em Aracaju, foi lançada, junto com um Manifesto, a tendência Militância Socialista, que já nasce com a força de conhecidos militantes históricos do PT, oriundos do movimento sindical, social e popular, como a ex-deputada estadual e professora, Ana Lúcia Menezes; o também professor, ex-deputado federal e ex-vereador de Aracaju, atualmente deputado estadual, Iran Barbosa; Plínio Pugliese, servidor do Poder Judiciário e vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores de Sergipe (CUT-SE); a professora Ângela Melo, dirigente da CUT nacional; Itanamara Guedes, assistente social e presidente da Federação dos Trabalhadores e trabalhadoras do Serviço Público Municipal (FETAM); Thiago Oliveira, advogado e reconhecido militante do Movimento Nacional de Direitos Humanos, entre tantos outros valorosos petistas da Capital e do interior, que se fizeram presentes à solenidade de lançamento da nova corrente socialista do PT.

Também prestigiaram a solenidade e fizeram parte da mesa de abertura o vice-presidente nacional do partido, Márcio Macedo; o deputado federal e presidente do PT de Sergipe, João Daniel; o presidente do PT de Aracaju, Jefferson Lima; o vereador da Capital, Camilo Lula; e a professora doutora Alexandrina Luz, da Universidade Federal de Sergipe (UFS).

Os convidados que ocuparam a mesa fizeram suas saudações aos presentes e desejaram sucesso à caminhada dos componentes dessa nova corrente política do PT em Sergipe. Os demais membros da tendência Militância Socialista fizeram falas buscando divulgar e analisar o conteúdo do Manifesto de lançamento da corrente e destacar os princípios que unificam os companheiros e companheiras que a integram.

O deputado estadual Iran Barbosa agradeceu a presença dos companheiros e companheiras da tendência, do partido e também dos simpatizantes que participaram do lançamento da nova tendência petista. Para o parlamentar, a MS vem para fortalecer o PT, como partido de esquerda, e também as lutas sociais e da classe trabalhadora no estado de Sergipe.

“Agradecemos pela presença daqueles que vieram e aos que estão se somando a essa nossa nova caminhada pela confiança no trabalho que este agrupamento desempenha, e continuará desempenhando, compreendendo a sua importância não só para o partido, mas para a luta social mais ampla que fazemos em defesa da coletividade e dos trabalhadores, porque somos um grupo de pessoas que acredita na política como instrumento de transformação social”, disse.

Militância e socialismo

Para Iran, as opções do agrupamento já se estabelecem no próprio nome da nova corrente política: Militância Socialista, duas expressões que, na sua opinião, são históricas e muito caras a quem luta por outro modelo de sociedade.

“O que nos une é muito mais que apenas fazer a política pela política, mas a busca da construção coletiva pela base, ouvindo as pessoas; apostamos na militância e no contato com o povo, e é isso que cria para nós os desafios cotidianos que procuramos superar. E a nossa militância não é qualquer uma, ela é socialista, essa palavra que nos diz muito e que tem sido, infelizmente, bastante negligenciada; pois a busca pelo socialismo, essa utopia que precisamos alimentar permanentemente, tem que ser vivida como forma de superação dessa sociedade capitalista, que é excludente e não oferece solução para o conjunto da sociedade”, externou.

Iran Barbosa também ressaltou que o agrupamento tem muita história e experiência de construção coletiva dentro do PT, tendo em vista que os quadros que hoje estão na MS vieram da Articulação de Esquerda, tendência que ajudaram a construir e a ter visibilidade social e influência em todo o estado.

“Depois de mais de 20 anos, saímos da Articulação de Esquerda, como todos sabem, por divergências que são, muitas vezes, da dinâmica da própria política, mas a AE, mesmo pequena do ponto de vista numérico dentro do PT, se tornou forte e influente muito em parte pelo trabalho que nós realizamos. Essa saída e essa passagem para um outro agrupamento não foram fáceis, mas seguimos a nossa caminhada, agora na MS, mantendo os valores e princípios que sempre defendemos e que vamos continuar a defender, mantendo-nos, aqui e nacionalmente, no campo da esquerda para fortalecer o nosso partido frente aos grandes desafios que estão aí colocados”, afirmou Iran.

Construção em Sergipe

A ex-deputada estadual e professora Ana Lúcia reforçou o entendimento de que a construção da nova tendência socialista do PT, em Sergipe, já traz consigo toda uma experiência de luta e ações políticas forjadas, pelos que hoje estão na MS, ao longo de mais de 20 anos de construção da Articulação de Esquerda no estado e nacionalmente.

“A nossa saída se deu por divergências internas, mas saímos com a clareza e a convicção de que construímos a AE, por mais de 20 anos, ao lado de muitos desses companheiros que hoje estão conosco na MS, construindo essa nova tendência em nosso estado, dialogando nacionalmente com o companheiro Renato Simões, um socialista com quem já tínhamos proximidade e afinidades. Portanto, em termos do que sempre construímos na política e nas nossas intervenções na realidade da sociedade não tem novidade. Continuaremos com as nossas práticas, princípios e valores de esquerda e socialistas nesta nova corrente, tendo a luta de classes como essência e o fortalecimento do PT como um partido nas bases, construindo, no coletivo, a luta, próximo dos movimentos sociais, populares e sindical”, colocou a professora.

Para o vice-presidente da CUT-SE, Plínio Pugliese, a Militância Socialista já nasce em Sergipe com muita credibilidade e respaldo social, pelos quadros que tem e pela inserção de muitos desses quadros nas lutas social e sindical. Para ele, a MS vem a se constituir como um espaço necessário para a construção de um PT mais forte, retomando antigas bandeiras de luta e mais próximo dos movimentos social, sindical, popular e das suas bases.

“Diante da realidade que estamos assistindo, de destruição completa dos direitos e conquistas dos trabalhadores e da população fruto de anos de muita luta, estamos nos reorganizando nessa nova corrente para, dentro do partido, debatendo, tensionando e divergindo com as tendências majoritárias quando for preciso, e convergindo naquilo que entendermos ser importante para o conjunto dos trabalhadores e da sociedade, construir a resistência, em Sergipe, sempre respeitando a autonomia do movimento sindical e dos movimentos sociais”, apontou o dirigente, destacando que a MS buscará se organizar sempre de forma coletiva, discutindo conjuntura, táticas e objetivos estratégicos em plenárias, de forma horizontal, com os seus militantes, cobrando essa mesma forma de discussão dentro do PT, através das instâncias partidárias, que, na sua opinião, precisam voltar a funcionar para coletivizar as decisões do partido, de forma independente dos espaços que ocupa na institucionalidade.