A implementação de escolas de educação bilíngue voltadas para a comunidade surda de Sergipe foi discutida em audiência pública nesta sexta-feira (10) na Assembleia Legislativa. A plenária foi uma propositura do deputado estadual Iran Barbosa (PT) em parceria com o vereador de Aracaju Lucas Aribé (PSB) e apresentou as especificidades das escolas cujas aulas são ministradas em Língua Portuguesa e na Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A coordenadora Geral de Política Pedagógica da educação bilíngue do MEC, Flaviane Reis, apresentou dados mostrando que existem apenas sete professores de Libras para 639 alunos surdos em Sergipe. Ela definiu a educação bilíngue como de extrema importância para a construção da base linguística da pessoa surda. “Ela vai aprender a língua de sinais e a língua portuguesa na modalidade escrita simultaneamente. Isso vai favorecer a aquisição das particularidades linguísticas, além de conseguir ter uma interação social”, defendeu.
Representantes do Centro de Surdos de Aracaju (Cesaju) salientaram que apesar dos avanços na legislação em prol da pessoa com deficiência, praticamente nada foi colocado em prática para permitir a inclusão dos surdos.
“Em Sergipe 95% dos alunos surdos têm um prejuízo constante na área educacional porque não conseguem se desenvolver”, disse o presidente do Cesaju, Pablo Ramon de Barros. “Existe uma estrutura para o desenvolvimento da criança surda no processo da educação bilíngue que permite que ela se torne, de fato, um cidadão. Infelizmente, poucos surdos têm cidadania hoje”, completou Geraldo Ferreira Filho, vice-presidente da instituição e professor substituto do curso de Letras-Libras da UFS.
Já a presidente do Instituto Pedagógico de Apoio a Educação do Surdo de Sergipe (Ipaese), Ana Lúcia Nunes de Oliveira, falou um pouco do que é o Ipaese, do seu funcionamento e de suas dificuldades na educação de surdos e no apoio às suas famílias.
Para Iran Barbosa, debater sobre escola bilíngue é destacar a importância da construção da inclusão cidadã da comunidade surda na sociedade. “É preciso garantir autonomia que a comunidade surda tem direito. Para que ocorra a inclusão cidadã, é preciso garantir a educação em Libras”, defendeu. “Propormos, juntamente com o vereador Lucas Aribé, trazer o tema para a Casa porque é preciso ir além do debate. É necessário que a escola bilíngue seja colocada em prática”, reforçou Iran.
Lucas destacou que os encaminhamentos colhidos durante o encontro vão embasar iniciativas em prol da escolarização dessas pessoas. “Permitir a alfabetização nas duas línguas é essencial para a plena formação da pessoa surda, o que vai possibilitar também sua inserção no mercado de trabalho, uma vez que, a linguagem é uma das bases do aprendizado e da interação”, destacou o vereador.
Entidades sociais que trabalham com a educação de pessoas surdas, profissionais da pedagogia e estudantes que compareceram ao plenário da Casa também contribuíram para a discussão.
Iran Barbosa agradeceu a comunidade surda, aos debatedores e ao mandato do vereador Lucas Aribé por ter construído a realização da Audiência Pública.
Com informações Ascom/Iran Barbosa
Por Assessoria de Imprensa – Lucas Aribé