O último domingo, 7, marcou os 100 dias do assassinato do conselheiro tutelar José Alisson Marques, ocorrido no Povoado São Miguel, em Propriá. O deputado estadual Iran Barbosa (Psol) esteve na comunidade e somou-se a familiares e amigos do conselheiro numa caminhada pela paz e por justiça para Alisson. Durante a sessão da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe (Alese), nesta terça-feira, 9, o parlamentar prestou solidariedade à família e cobrou dos órgãos responsáveis a solução para o caso.
Ao relembrar o caso, Iran explicou que Alisson foi morto no dia 28 de abril, durante uma operação policial, quando, dentro de sua própria casa, foi assassinado por policiais encapuzados que diziam estar cumprindo um mandado de prisão dirigido ao conselheiro, acusado de estar envolvido em um assassinato, ocorrido em 23 de abril, naquela cidade. Iran falou que na mesma operação José Vitor Santos Marques, irmão de Alisson, foi preso por ter sido acusado de também estar envolvido.
Alisson tinha 28 anos, era conselheiro tutelar, estudante de direito, não possuía antecedentes criminais, era querido e respeitado por todos, defensor da infância e da adolescência.
“Foi feita uma denúncia anônima, por via telefônica, informando que o carro utilizado no crime estava sendo dirigido por Vitor, acompanhando o seu irmão, Alisson. Vale ressaltar que Vitor, identificado como o motorista, estava, no mesmo horário do crime, trabalhando, como ficou comprovado através de filmagens. Além do mais, há que se destacar que Vitor sequer tem carteira de habilitação, pois não sabe dirigir”, falou.
“Executaram Alisson, alegando que ele reagiu, gerando os famosos ‘autos de resistência’, tão comuns nesses tempos de extermínio. Prenderam Vitor por 14 dias, que depois teve a sua prisão relaxada por todos os elementos existentes a seu favor. Corrigiu-se, parcialmente, o ataque que se fez ao Vitor, mas não há como trazer a vida de Alisson de volta”, lamentou.
Iran aproveitou o momento para refletir o porquê de Sergipe figurar como a 3ª unidade da federação com maior índice de mortes por intervenção policial, segundo dados do Fórum Brasileiro Segurança Pública publicados ano passado.
“Precisamos estudar esse cenário e ter uma outra postura relativamente à instituição policial de Sergipe, preservando a instituição, que é composta por homens e mulheres valorosos”, avaliou.
O parlamentar também cobrou uma resposta para o caso. “Nós precisamos de uma resposta. Há um inquérito instaurado, a investigação precisa ser feita e a família precisa de uma resposta, e clama por justiça. Portanto, quero apelar às autoridades responsáveis que garantam a celeridade necessária para a resolução deste caso, com os cuidados que ele requer. A morte de Alisson não pode ficar impune e a comunidade precisa de resposta e justiça”, defendeu Iran Barbosa.
