Iran critica a aprovação de projeto que dificulta a ação da Polícia Federal contra o crime organizado

0
4
Fotos: Luanna Pinheiro/Kayo Magalhães

O vereador Iran Barbosa, do Psol, usou a tribuna da Câmara Municipal de Aracaju, na sessão desta quarta-feira (19), para criticar o Relatório Final do Projeto de Lei 5.582/2025, relatado pelo deputado Guilherme Derrite (PP-SP) e aprovado em sessão na Câmara dos Deputado na noite de ontem (18), e rebater críticas ao seu partido, o PSOL, e ao PT por terem votado integralmente contra o relatório que dificulta o trabalho da Polícia Federal, da Receita Federal, do Banco Central e da COAF nas ações de combate ao crime organizado e as facções criminosas. O projeto agora segue para apreciação do Senado.

O texto original, enviado pelo governo Lula ao Parlamento Federal, foi modificado e distorcido ao longo de diversas versões apresentadas pelo Relator, com tentativas de promover alterações que, na versão final, tiram recursos da PF, dificulta as investigações contra os chamados “crimes do colarinho branco”, enfraquecendo o combate ao crime organizado.

“O projeto originalmente encaminhado ao Congresso Nacional pelo governo Lula foi amplamente discutido com os vários setores e a inteligência do setor de Segurança Pública deste país, ao longo de vários meses. Portanto, é a esquerda que se mantém de pé no combate ao crime organizado”, refutou Iran Barbosa.

“Mas o que precisa ser dito para a população entender é que o relator do projeto, figura destacada no governo de São Paulo, voltou às pressas para a Câmara a fim de assumir a relatoria deste projeto de lei, apresentando diversas versões que atacavam o sistema de segurança nacional de combate ao crime organizado, porque a direita, representada por ele, nunca demonstrou, historicamente, interesse em combater os crimes do colarinho branco ou o crime organizado. Esta é a verdade!”, salientou o parlamentar.

Ainda de acordo com Iran, quem acompanhou o desenrolar das diversas versões apresentadas pelo relator do Projeto sabe que as tentativas foram sempre de desmontar e enfraquecer a Polícia Federal, diferente do projeto original, que previa, entre outras ações estratégicas, o seu fortalecimento e planos de ações integradas entre PF, Receita Federal, Banco Central e Coaf para sufocar a lavagem de dinheiro e o financiamento do crime organizado.

“É por isso que o PSOL e PT foram contra o Relatório que facilita a vida de criminosos, dificultando as ações articuladas para o seu combate. Não compactuamos com os “crimes do colarinho branco” e nem com o crime organizado combatidos no projeto original, o que foi relativizado no relatório final. Quem acompanhou esse processo não se deixa enganar por falas que querem distorcer a verdade”, afirmou Iran.

“Quando as ações policiais são desencadeadas para derrubar porta na favela e matar homens e mulheres na periferia, aí aparece gente que bate palmas; mas quando é para a Polícia Federal bater nos condomínios de luxo, nos bancos e na Faria Lima, aí aparecem logo defensores de um relatório escandaloso como esse que foi aprovado na Câmara Federal e hoje aqui defendido. O PSOL foi contra e a esquerda foi contra, porque não compactuamos com crimes do colarinho branco nem com facções criminosas”, ressaltou o vereador psolista.