Iran Barbosa denuncia problemas nos perímetros irrigados do Baixo São Francisco

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As máquinas utilizadas para a limpeza dos canais precisam de manutenção e/ou substituição porque estão com o funcionamento comprometido

Durante a sessão remota da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese), realizada nesta terça-feira, 25, o deputado Iran Barbosa, do PT, relatou os graves problemas que atingem os perímetros irrigados da região do Baixo São Francisco, especialmente nos municípios de Telha, Propriá e Ilha das Flores. O petista pontuou que as famílias de pequenos rizicultores estão enfrentando dificuldades decorrentes dessas adversidades.

Os problemas enfrentados são o sucateamento dos maquinários da Companhia de Desenvolvimento do Vale São Francisco (Codevasf) utilizados pelas famílias de rizicultores, especialmente do município de Ilha das Flores; as estradas do Projeto Betume, que são de responsabilidade da Codesvaf, estão intransitáveis, impossibilitando o deslocamento de veículos para retirada do arroz; as famílias de rizicultores estão desassistidas em relação à assistência técnica por falta de combustível nos carros que circulam com as equipes; as máquinas utilizadas para a limpeza dos canais precisam de manutenção e/ou substituição porque estão com o funcionamento comprometido.

Canal do perímetro irrigado do município de Ilha das Flores

Além disso, informou o parlamentar, há um impasse que está impedindo a produção neste momento.

“Os pequenos rizicultores estão pedindo um entendimento entre a Energisa e a Codevasf, pois o sistema elétrico utilizado pelas famílias para irrigar e drenar a área foi condenado pela Energisa. Os produtores informam que a Energisa está exigindo a construção de uma casa elétrica como condição para reativar a energia local e possibilitar o funcionamento da bomba. Ocorre que, segundo a Codevasf, se a construção da casa elétrica for iniciada agora, a conclusão só ocorrerá em outubro”, explicou.

“Eis o grande problema: até a conclusão, as famílias ficam sem poder plantar. Ou seja, se o plantio iniciar após a conclusão da obra, a produção pronta para a colheita vai coincidir com o período de chuvas. Todo o calendário da produção fica sacrificado, sendo, portanto, um ano de grandes prejuízos. Dessa forma, é preciso existir um acordo entre a Codevasf e a Energisa, buscando uma alternativa para não prejudicar tanto essas famílias que têm a produção do arroz como a principal fonte de renda para subsistência”, alertou Iran.

Outro problema, ainda, é a ausência de distribuição de sementes de arroz, que são necessárias para o produtor.

“A informação passada pelas famílias é de que o governo do Estado alegou que os recursos foram direcionados para a área de saúde e por isso a distribuição não foi feita. Essa situação também está impactando diretamente nas condições de produção, já que os produtores estão tendo que retirar dos seus reduzidos rendimentos uma parcela para aquisição das sementes”, disse.

Por fim, Iran Barbosa chamou a atenção para a situação, afirmando que são problemas sérios que podem afetar, ainda mais, a realidade dos pequenos produtores de arroz dos perímetros irrigados.

“Dentro dos limites de atuação do mandato, vamos contribuir para a solução desses problemas. Precisamos, em conjunto, encontrar alternativas”, afirmou.