Iran lamenta a aprovação de projeto que privatiza as vacinas e a situação do país em relação à covid

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WiR_Pixs/Pixabay

Neste 7 de abril, Dia Mundial da Saúde, o deputado estadual Iran Barbosa (PT) aproveitou a data para lamentar o número crescente de mortes por covid-19 no Brasil, acentuando que diante da aprovação do projeto que permite empresários comprarem vacinas e da política desastrosa do governo federal no combate à pandemia, há pouco que se comemorar na data.

Para o parlamentar petista, o atual momento vivido no país e no mundo é um dos mais duros já enfrentados.

“Temos mais de três milhões de pessoas mortas em função da pandemia de covid-19 no mundo, sendo que 330 mil delas são aqui do Brasil, onde o índice de mortos diários vai se elevando dia após dia. O nosso país bate tristes recordes diários de mortos pela doença e isso nós temos que lamentar profundamente no Dia Mundial da Saúde”, afirmou.

O parlamentar prestou sua homenagem a todos que nas décadas de 70 e 80 lutaram pela Saúde como um direito universal dos brasileiros. Para ele, essa foi uma luta muito difícil, mas vitoriosa.

“Conseguimos colocar esse direito na Constituição de 1988. Foi essa luta, encabeçada pelos sanitaristas brasileiros, que resultou na criação do nosso Sistema Único de Saúde, o SUS. E, nesse processo, os programas de vacinação pelo SUS viraram referência internacional. Infelizmente, agora, estamos assistindo ao desmonte de tudo isso e justo no momento em que mais precisaríamos reforçar essas conquistas e esses valores construídos ao longo da nossa história de luta por Saúde para todos”, apontou.

Iran também destacou alguns dados, lamentando que, em Sergipe, no Dia Mundial da Saúde, há mais de 50 pessoas esperando por vagas em leitos de UTI; que 76% das vacinas aplicadas no mundo estão concentradas em apenas 10 países, mostrando que há uma política em andamento que beneficia países mais ricos; e lastimou, ainda, os dados que apontam que pela primeira vez, em 17 anos, mais da metade da população brasileira não tem garantia de comida na mesa; e que 19,1 milhões de brasileiros vivem na extrema miséria.

“E, para além disso tudo, temos que lamentar profundamente a aprovação, no dia de ontem (06), na Câmara Federal, do Projeto de Lei 948/2021 que permite, pasmem, que no Brasil as vacinas sejam privatizadas, compradas por empresários, algo que nem nos países do centro do capitalismo foi admitido. Enquanto os demais países têm compreendido que as vacinas têm de estar sob controle do Estado para evitar que os mais fortes economicamente se sobreponham aos mais fracos, aqui se oficializa o ‘fura-fila’ da vacinação. Isso é inaceitável”, lastimou o petista.

“Quero reafirmar a defesa de que a vacinação deve ser uma política de Estado e que o nosso SUS é que deve estar à frente desse processo”, completou o parlamentar, lamentando a incoerência de se aprovar um projeto dessa natureza e, ao mesmo tempo, proibir governadores e prefeitos de comprarem diretamente as vacinas para os seus programas de vacinação locais.

“Infelizmente, neste Dia Mundial da Saúde, temos pouco a comemorar diante desse quadro terrível que estamos assistindo em nosso país”, disse Iran, destacando, ainda, o ato público que aconteceu nesta quarta-feira, em Aracaju, puxado pelos movimentos sindical e social, exigindo vacina para todos e a quebra da patente da vacina contra a covid-19.