Iran volta a defender planejamento e participação popular para o retorno das atividades presenciais nas escolas

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Foto: Muneer Ahmed - Unsplash

Na última quinta-feira (1º), o governo estadual autorizou a retomada das atividades presenciais nas escolas das redes pública e privada e instituições de ensino superior de Sergipe a partir do dia 21 de julho, justificando a decisão, referendada pelo Comitê Técnico-Científico e de Atividades Especiais (CTCAE) que acompanha a pandemia de coronavírus, à redução de óbitos, de transmissão viral e de internações por Covid-19, associada ao aumento do percentual de pessoas vacinadas no estado, que atingiu 33% com a primeira dose e 10% já com a segunda.

Para o deputado estadual Iran Barbosa, do PT, os dados de Sergipe em relação à pandemia não ensejam tranquilidade, mas apenas se apresentam como sendo menos assustadores; além do que, acrescentou o parlamentar, o percentual de imunização da população – pessoas que tomaram as duas doses da vacina – é baixíssimo (10%), assim como deve ser levado em consideração a constante oscilação na oferta de vacinas à população em função da política desastrosa do governo federal.

Diante desse quadro, Iran voltou a reivindicar os termos da Indicação nº 223/2021, de sua autoria, apresentada no início do mês de maio, que solicita do Poder Executivo a construção, de forma coletiva e participativa, de um ‘Plano Estadual de Retorno às Atividades Presenciais nas Escolas’, cuja elaboração deverá contar com a participação de representantes de entidades estudantis, dos sindicatos de professores funcionários, de entidades representativas de pais de alunos e no qual devem ser definidas diretrizes mínimas a serem observadas, e que levem em consideração, entre outras coisas, a vacinação prévia dos trabalhadores da educação; o atendimento ao período que os cientistas apontam como necessário para que as pessoas vacinadas adquiram a proteção; e a garantia da aplicação de todos os protocolos de segurança sanitária definidos como essenciais para o funcionamento das unidades de ensino.

“Nestes momentos de crise todo mundo quer falar e opinar, mas entendo que devem ser ouvidos aqueles que têm direito especialíssimo sobre o assunto, que são os segmentos que aponto na Indicação e que fazem a comunidade escolar. São esses setores que têm o que dizer, com a legitimidade de quem vive o cotidiano escolar, sobre esse retorno. E não é de agora que defendo isso. Desde o ano passado venho cobrando que o governo do Estado se organizasse e se preparasse para esse retorno das atividades presenciais nas escolas, com muito planejamento e ouvindo as partes interessadas”, destacou Iran Barbosa.

Realidades diferentes

Ainda de acordo com Iran, esse diálogo amplo se faz necessário tendo em vista que as realidades vividas pelas diversas escolas das redes pública e privada são díspares, variando entre as redes, entre os municípios, entre os bairros e até mesmo entre escolas.

“As escolas têm conectividades, mas também especificidades. Um Plano Estadual deve apontar diretrizes gerais, mas também tratar dessas especificidades. Não dá para tratar todas as realidades vividas nas escolas como se fossem uma só, inclusive porque há escolas que estão em processo de reforma”, aponta, lembrando que os professores, diferente do que vem sendo alardeado, não estão imunizados contra a Covid-19, já que, ainda que colocados entre os grupos prioritários, só tomaram a primeira dose da vacina.

“E não são só professores. Eu sempre defendi a garantia de imunização para todos, mas se é para voltarem as atividades presenciais nas escolas, que se garanta a vacinação de toda a comunidade escolar. E isso não aconteceu ainda”, lamenta o petista, reforçando que a retomada das aulas e das demais atividades nas escolas de forma presencial devam se dar com muita cautela, de forma planejada, com análise profunda dos dados sobre a pandemia, além da vacinação e escuta de toda a comunidade escolar.