Iran Barbosa reitera apoio à luta de catadoras e catadores de mangaba

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Reunião aconteceu dentro da área extrativista das Mangabeiras

O deputado estadual Iran Barbosa, do PT, participou, na manhã desta sexta-feira (9), de uma reunião com representantes da Associação de Catadoras e Catadores de Mangaba Padre Luiz Lemper, que congrega famílias que há mais de 50 anos vivem do extrativismo da mangaba, do caju e do ouricuri, nos bairros Santa Maria e 17 de Março, em Aracaju.

A relação dessas famílias com a área, conhecida como Região das Mangabeiras, é histórica e foi estabelecida desde os anos 60, quando a comunidade passou a utilizar o espaço para se dedicar à catação de mangaba e outros frutos, como forma de sobrevivência, cuidando dos terrenos e do manejo das mangabeiras nativas e também dos cajueiros.

O presidente da Associação, Uilson de Sá da Silva, expôs a situação atual da comunidade, que vem lutando para impedir que o projeto de urbanização e construção de moradias populares apresentado pela Prefeitura Municipal de Aracaju devaste a área e impeça e/ou dificulte o direito de as catadoras continuarem usando os territórios necessários à sua atividade econômica e à preservação da sua cultura e história, conforme asseguram a legislação brasileira e as normativas internacionais, das quais o Brasil é signatário.

Para o deputado Iran Barbosa é preciso que as famílias sejam ouvidas e tenham assegurados os seus anseios e propostas, especialmente o direito assegurado pela legislação, como comunidade tradicional, de continuar com as suas atividades extrativistas nas terras onde historicamente vêm praticando o manejo e a coleta dos frutos das mangabeiras, preservando a biodiversidade daquele ecossistema, já bastante ameaçado em todo o estado devido, principalmente, à especulação imobiliária.

Iran defendeu a realização de audiências públicas para ouvir a comunidade

“Temos a compreensão de que a construção de moradias populares é uma necessidade e defendemos essa política, mas é preciso assegurar os interesses dessas comunidades que historicamente ocupam essas terras, assegurando também o seu modo de vida e de subsistência”, afirmou o parlamentar, lembrando que a legislação municipal exige, em casos como este, que a intervenção urbana que está sendo proposta pelo município na região, seja antecedida de reuniões com as comunidades afetadas, em amplas audiências públicas, para que possam ser ouvidas e respeitadas.

“Isso precisa acontecer, até para que todos da comunidade possam expor as suas angústias e, também, as suas propostas e o Poder Público possa dar as respostas aos problemas apresentados, chegando a uma alternativa que contemple efetivamente os interesses populares”, entende o petista, que colocou o seu mandato à disposição da luta dos catadores e catadoras de mangaba.

Participaram, também, da reunião a vereadora de Aracaju, Professora Ângela Melo, e assessores; Cristiane Senhorinha, professora do Departamento de Economia e coordenadora do Programa de Educação Ambiental com Comunidades Costeiras da Universidade Federal de Sergipe (PEAC/UFS); e representantes da Associação dos Geógrafos do Brasil em Sergipe (AGB/SE).