Plataforma Indígena de Reconstrução do Brasil é apresentada na Alese

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‘Plataforma Indígena de Reconstrução do Brasil’ foi apresentada por Iran Barbosa | Foto: Oliver Kornblihtt / Mídia Ninja

Neste 19 de abril, o deputado estadual Iran Barbosa (Psol) chamou a atenção para o fato de que esta data não representa as lutas dos povos indígenas brasileiros e destacou a realização do Acampamento Terra Livre, maior mobilização indígena do país.

Com o tema “Retomando o Brasil: demarcar territórios e aldear a política”, a 18ª edição do Acampamento Terra Livre (ATL) reuniu cerca de oito mil indígenas de 200 povos, representando 305 povos originários do país, e aconteceu entre os dias 4 e 14 de abril, em Brasília.

Segundo Iran, a programação envolveu assembleias, rodas de conversa, protestos nas proximidades do Congresso Nacional e a elaboração de um documento, aprovado em plenária final, que apresenta propostas e demandas dos povos indígenas. O documento foi divulgado pela Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib).

“Gostaria de destacar, aqui na Tribuna da Alese, os aspectos mais importantes desse documento, que denuncia que, como nos tempos da invasão colonial, atualmente há, abro aspas, ‘um declarado plano de morte, etnocídio, ecocídio e genocídio, nunca visto nos últimos 34 anos de democracia no Brasil’. O texto denuncia ainda que o presidente, abro aspas mais uma vez, ‘desde sua campanha eleitoral e já no primeiro dia de seu mandato, proferiu discursos racistas e de ódio contra os povos indígenas, elegendo-nos como inimigos preferenciais’. São denúncias sérias sobre o modo como o Estado Brasileiro vem operando, neste atual governo, contra os povos indígenas”, enfatizou Iran.

Ainda de acordo com o parlamentar, a plenária final do Acampamento Terra Livre também aprovou propostas, divididas em cinco eixos, com o objetivo de apresentar uma ‘Plataforma Indígena de Reconstrução do Brasil’.

“Os donos originários desta terra, reunidos, propuseram uma plataforma de reconstrução nacional dividida nos seguintes eixos: demarcação e proteção aos territórios indígenas; retomada dos espaços de participação e controle social; reconstrução de políticas e instituições indigenistas; interrupção da agenda anti-indígena no Congresso Nacional; e defesa do meio ambiente”, elencou.

“Neste dia que o calendário oficial destaca como sendo o ‘Dia do Índio’ é importante lembrar que está não é uma data comemorada pelos povos indígenas, pois ela não representa a história de lutas e resistência dos nossos povos originários e, por isso, trago para esta Sessão o conteúdo do Documento final do Acampamento Terra Livre 2022 com propostas e demandas dos povos indígenas para a reconstrução do Brasil”, explicou Iran Barbosa.