Iran destaca luta pela eliminação da discriminação racial

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Por Aldaci de Souza/Alese

Criado pela Organização das Nações Unidas (ONU), o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Discriminação Racial é celebrado nesta segunda-feira, 21 de março, em memória às vítimas do Massacre de Shaperville registrado em 1960 na cidade de Joanesburgo – África do Sul. Na época, cerca de 20 mil negros protestavam contra uma lei que limitava os lugares por onde eles podiam circular e tropas do Exército atiraram contra a multidão, causando a morte de 69 pessoas. Na Assembleia Legislativa de Sergipe, a data foi lembrada pelo deputado Iran Barbosa (PT).

De acordo com ele, para além da reflexão, a data de hoje é um convite à mais ampla ação antirracista. Iran lembrou a Declaração das Nações Unidas sobre a eliminação de todas as formas de Discriminação Racial, a exemplo da distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada na raça, cor, ascendência, origem étnica ou nacional com o efeito de impedir ou dificultar o reconhecimento em bases de igualdade aos direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou qualquer outra área da vida pública.

“A despeito de francos avanços conquistados pelo povo negro, esse princípio contrasta com uma dura realidade: o racismo segue apartando sociedades e espalhando brutalidade por todo o mundo. Em nosso país, estruturalmente racista, a imensurável  dívida histórica com o povo negro se mantém e se amplia, como atestam as incontáveis violações que chocam e violentam cotidianamente a sociedade”, ressalta.

Propostas

O parlamentar enfatizou que o mandato que representa na Assembleia Legislativa de Sergipe está alinhado ao movimento negro na defesa de políticas públicas de promoção da igualdade racial nas mais diversas frentes. “Na Alese, temos conquistado avanços por meio de inúmeras iniciativas legislativas, a exemplo da apresentação do Projeto de Lei que institui o Estatuto da Igualdade Racial, da luta pelo Conselho Estadual de Promoção da Igualdade Racial e da apresentação de emendas que asseguraram a destinação de recursos do orçamento estadual para programas de combate ao racismo, bem como para o apoio a comunidades quilombolas e entidades que se dedicam à luta antirracista, entre outras iniciativas”, observa.

Quando deputado federal, Iran Barbosa fez um discurso acalorado sobre o assunto, destacando que o racismo ainda é um câncer em vários países e no Brasil, não é diferente. “A grande prova do racismo brasileiro está no cruzamento de dados sobre mortes por homicídios com os dados sobre cor. A comunidade negra é, de longe, a maior vítima. No que diz respeito à faixa etária, os jovens entre 15 e 24 anos são as maiores vítimas dos homicídios no Brasil, e cerca de 70% deles são negros”, disse à época.