Comissão de Direitos Humanos realiza Audiência Pública para discutir LGBTIFobia

0
593
“A comunidade LGBTI+ precisa ter na Alese esse espaço de expressão e a Comissão de Direitos Humanos cumpre um papel importante ao promover esse espaço", afirmou Iran

A data 17 de Maio marca o Dia Internacional de Combate a Homofobia e para comemorar a data simbólica, a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado de Sergipe promoveu uma Audiência Pública para discutir sobre preconceito e discriminação com vistas à garantia da equidade, da diversidade, da tolerância e do respeito.

O deputado estadual Iran Barbosa (PT), membro da Comissão, participou da atividade, pontuando a importância de a Assembleia Legislativa, “Casa do Povo”, ser um espaço de garantia das diversas vozes da sociedade.

“A comunidade LGBTI+ precisa ter na Alese esse espaço de expressão e a Comissão de Direitos Humanos cumpre um papel importante ao promover esse espaço. As necessidades que foram colocadas não passam apenas pelo enfrentamento à violência que a população LGBTI+ sofre cotidianamente, mas pela falta de oportunidades nas escolas, no trabalho, na sociedade, no reconhecimento como cidadão que tem direitos e precisam ser respeitados”, afirmou. 

 “Em um cenário de ataques ao direito de expressão da população, o que dificulta ainda mais a luta em defesa da cidadania, precisamos destacar que a diversidade é uma das mais importantes conquistas da nossa sociedade”, observou Iran Barbosa.

Palestras

A presidente do Conselho LGBT de Niterói e membro da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI, Bruna Benevides, foi uma das palestrantes da Audiência e expôs os desafios do combate à LGBTIFobia.

“Parabenizo a Comissão de Direitos Humanos porque ao ter a iniciativa de realizar a Audiência, significa que está dizendo para a população LGBTI+ que esta Casa está de portas abertas para ouvir o que essa população tem de anseio. É importante marcar que a partir deste momento acontece o resgate da voz da nossa população para dentro da esfera governamental, como também está aberto o diálogo com os movimentos sociais”, disse.

Neste sentido, a diretora de Direitos Humanos de Aracaju, Lídia Anjos, ressaltou que a LGBTIFobia é um problema estrutural relacionado ao preconceito social que a sociedade construiu ao longo do tempo e que precisa ser desmistificado.

“Nós temos que construir uma sociedade que se respeite dentro do universo da diversidade”, falou.

Contribuíram com o debate o diretor da Rede Nacional de Operadores de Segurança Pública LGBTI+, delegado Mário Leony; o membro da Associação de Defesa Homossexual de Sergipe (Adhones), Marcelo Lima de Menezes; a presidente do Movimento de Lésbicas de Sergipe, Nalva; a Secretária de Arte e Cultura, filiada à Rede TTH+, da ANTRA, Alana; além de militantes e representantes do movimento LGBTI da capital e do interior e a população em geral.

A sessão foi conduzida pela deputada estadual Kitty Lima (Rede), presidente da Comissão de Direitos Humanos. “Precisamos acabar com o preconceito e hoje é o dia de buscarmos soluções para isso, além de dizer que esta Casa deve ser também representada pela comunidade LGBTI”.

Iran Barbosa ratificou que esta é uma pauta que não pode ser secundarizada porque uma parcela da população acaba se tornando invisível, o que gera inúmeros problemas sociais.

“O papel da Assembleia Legislativa é debater e pensar alternativas para enfrentar essa realidade porque, na condição de representantes do povo, precisamos contribuir na formulação de políticas públicas que garantam os direitos e a cidadania da população LGBTI+, sobretudo nesse cenário de desmonte das políticas públicas e retrocesso dos direitos”, finalizou Iran Barbosa.