No Dia Internacional do Livro, Iran cobra mais incentivo do Poder Público à literatura e à prática da leitura

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Foto: Freestocks Photos/Pixabay

Entusiasta da leitura e conhecido por sua defesa intransigente do funcionamento e ampliação das bibliotecas públicas e do acesso popular aos livros como ferramentas de fortalecimento da educação, da cultura e da cidadania, nesta quarta-feira, 23, Dia Internacional do Livro, o vereador Iran Barbosa, do PSOL, lembrou da data, na tribuna da Câmara Municipal de Aracaju, e destacou o artigo “Aracaju e o Apagão Literário: Um Convite à Reflexão no Dia Mundial do Livro”, do historiador, poeta popular e fotógrafo Emanuel Rocha, publicado no dia de hoje (o artigo pode ser lido aqui).

“Como historiador que também sou, queria corroborar com as reflexões feitas pelo meu colega Emanuel Rocha. Ele chama a atenção para o abandono da leitura e da literatura em nosso município, algo que vem acontecendo ao longo do tempo. E é isso que ele chama de ‘apagão literário’. Temos uma riqueza de escritores, de formas de literatura, mas não temos uma política efetiva de estímulo, de incentivo e de divulgação desses escritores e da leitura de livros em nossa cidade”, apontou o parlamentar e professor, apontando experiências de cidades em que o Poder Público promove ou apoia feiras de livros, encontros e simpósios com autores, oficinas de leitura, saraus literários etc.

Iran aproveitou para reivindicar da Secretaria Municipal de Educação, dos órgãos de Cultura do município e da prefeita Emília Corrêa que a cidade tenha no seu calendário oficial atividades que valorizem e estimulem escritores e a leitura de livros, além de espaços que favoreçam a prática da leitura.

“Insisto nisso não apenas porque sou um educador, mas porque a neurociência tem mostrado que estamos vivendo uma quadra da história em que as tecnologias têm criado condições para diminuir a nossa capacidade intelectual de reflexão. Estamos nos tornando escravos de meios tecnológicas muito ágeis e que, por serem assim, terminam não ajudando a desenvolver todas as habilidades e capacidades cerebrais reflexivas que nós temos, comprometendo, inclusive, o desenvolvimento cerebral das crianças. Há estudos que mostram isso”, afirmou.

“Precisamos apontar alternativas, e há estudos, também, que mostram que a leitura de livros é fundamental para expandir o desenvolvimento intelectual, para que as conexões neurais continuem acontecendo e o cérebro continue se desenvolvendo, algo que as nossas ferramentas atuais de comunicação não ajudam. Temos que ter muita responsabilidade quanto a isso, ainda mais numa cidade como a nossa, que vive um apagão literário”, enfatizou o parlamentar.

Diante da crítica, Iran Barbosa aproveitou para mais uma vez cobrar o que determina a Lei 12.244, de 24 de maio de 2010, que deu prazo para que as instituições de Educação Básica de ensino do país criassem suas bibliotecas escolares, seja na rede pública ou na privada.

“Deixo essa reflexão no Dia Internacional do Livro e quero solicitar que esse texto do colega Emanuel Rocha fique registrado em sua íntegra nos anais da Casa, porque achei-o muito preciso na análise e denunciador de uma realidade, a do apagão literário, que não só Aracaju vive, mas que também ela vive. Nesse sentido, quero dizer que seguirei encaminhando mais Indicações à Prefeitura, sugerindo iniciativas que possam promover e ajudar na construção de uma cidade com mais leitura e menos apagão literário”, declarou o parlamentar e professor.